sexta-feira, dezembro 30, 2005

O DIVERSIFICADO CINEMA EUROPEU EM TRÊS FILMES

 

A listinha de melhores do ano e a breve retrospectiva vão ficar pra quando o ano acabar. Como diria Lenny Kravitz: "it ain't over 'til it's over". Ainda pretendo ver filme no cinema amanhã. É bem pouco provável que a lista de melhores mude com essas estréias modestas de hoje, mas tudo é possível. Logo, hoje vai ser dia de mandar um post "três em um" e falar bem superficialmente de filmes que não me deixaram inspirado o suficiente para lhes dedicar um post exclusivo. Os três têm em comum apenas o fato de terem sido produzidos na Europa e de terem sido bastante premiados ou indicados a prêmios importantes. 

TREM DA VIDA (Train de Vie) 

Ganhador do prêmio de Melhor Primeiro Filme no Festival de Veneza, TREM DA VIDA (1998), do romeno Radu Mihaileanu, lembra um pouco os filmes de Emir Kusturica, como também A VIDA É BELA, de Roberto Benigni. A trama é bem curiosa: em 1941, grupo de judeus da Europa Oriental entra em pânico ao saber que os nazistas estão chegando. O louco da aldeia tem a brilhante idéia de elaborar um plano de fuga bastante criativo. A idéia é simular uma deportação com parte dos judeus se fazendo passar por nazistas e outra parte se passando por judeus presos. Eles conseguem comprar vagões até formar um trem, pintam-no de modo que pareça com trens alemães e se preparam para encarar os verdadeiros nazistas pelo caminho. Alguns momentos do filme são bem divertidos e o final é surpreendente. Mas não foi um filme que chegou a me entusiasmar. 

CONTRA A PAREDE (Gegen die Wand) 

Provavelmente o mais interessante dos três. CONTRA A PAREDE (2004), do turco-alemão Fatih Akin, ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e o Goya de Melhor Filme Estrangeiro. É uma história de amor punk de tons trágicos. Na trama, jovem muçulmana internada numa clínica por tentativa de suicídio conhece um sujeito que também passa pela clínica pelas mesmas razões. Com o objetivo de se separar da família, ela pede para que o rapaz se case com ela. Seria apenas um casamento de conveniência e os dois viveriam suas vidas sexuais de modo independente. O problema é que eles começam a se apaixonar um pelo outro e uma tragédia acontece. Interessante que o filme mistura rock dos anos 80 (Depeche Mode, Sisters of Mercy) com música tradicional turca, que ajuda a criar um clima de estranheza e sofisticação à obra. 

AS BICICLETAS DE BELLEVILLE (Les Triplettes de Belleville) 

Impressionante como esse filme é odiado por algumas pessoas. Eu achei, no mínimo, bastante curioso, principalmente pelo fato de ser um filme quase mudo. AS BICICLETAS DE BELLEVILLE (2003) tem pouquíssimos diálogos e os traços do desenho são bem originais e estranhos. A história gira em torno do seqüestro de um garoto durante uma competição ciclística. Sua avó e o cachorro partem em sua busca e são auxiliados por três velhinhas gêmeas que têm o hábito de comer sapos. Não sei se há alguma mensagem oculta nessa história estranha. Na verdade, nem me lembro mais do final do filme. AS BICICLETAS DE BELLEVILLE foi indicado ao Oscar de melhor animação e melhor canção. 

Agradecimentos à Carol que me emprestou os dois últimos filmes em DVD.

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