terça-feira, novembro 08, 2005

JOGOS MORTAIS 2 (Saw II)

 

Quando vi o primeiro JOGOS MORTAIS (2004), no início do ano, fiquei super-entusiasmado. O filme é tenso pra cacete e tem seqüências realmente perturbadoras. Até teria colocado o filme numa listinha de melhores do ano durante o primeiro semestre, mas ele foi se apagando um pouco da memória afetiva. Talvez porque minha memória já não seja mais grande coisa. Ultimamente tenho o costume de me esquecer dos finais de quase todos os filmes que vejo, não sei porque. Talvez porque o final da maioria dos filmes seja o que existe de mais convencional, de mais clichê, especialmente em se tratando de filmes hollywoodianos. Mas do final de JOGOS MORTAIS eu me lembro muito bem. E acho do caralho! 

Levando em consideração a falta de criatividade do cinema de horror americano atual, JOGOS MORTAIS foi um belo exemplo de vitalidade. Um pequeno filme B de vez em quando dá uma chacoalhada no mercado e rende horrores. Pena que JOGOS MORTAIS acabou se transformando numa franquia, como os filmes do Jason e do Freddy. Por outro lado, se vistos dessa maneira, assim, despretensiosa, como diversão meio sadomasoquista, essa franquia não deixa de ser interessante. 

JOGOS MORTAIS 2 (2005) tem um monte de cenas que causam aflição, como a seqüência inicial, em que um sujeito tem que retirar uma chave presa atrás de seu próprio globo ocular se não quiser morrer. Essa seqüência é apenas o portão de acesso ao filme. A trama propriamente dita começa quando um detetive é "convidado" para investigar o novo crime do Jigsaw e percebe que seu filho faz parte do grupo de cobaias dos jogos do psicopata, que nesse filme mostra o seu rosto e suas razões para fazer o que faz. Numa casa, algumas pessoas estão presas e são forçadas a acabam tendo que eliminarem umas às outras, sendo sempre captadas por câmeras. 

Do filme original, apenas a atriz Shawnee Smith está presente. O diretor do primeiro, o malasiano James Wan, caiu fora da direção dessa continuação. Ele deve estar de volta às telas no próximo ano com SILENCE, filme que aproveita um dos personagens de JOGOS MORTAIS. Wan aparece como produtor executivo do segundo filme, dirigido pelo desconhecido Darren Lynn Bousman. Um dos problemas desse novo filme está na montagem, que consegue ser mais videoclípica do que a do original. Também senti falta dos flashbacks, que davam um charme a mais ao primeiro filme. Aqui, optou-se por uma narrativa mais linear, ainda que a brincadeira com o tempo esteja de certa forma presente. 

Em se tratando de seqüências perturbadoras, as minhas favoritas são a cena das agulhas e a da menina que fica com os braços presos. Legal ver a reação do público. O que a gente ouve de palavras como "caralho" e "puta-que-pariu" é impressionante. Quanto ao final, ele deixa um gancho para uma nova continuação, mas está longe de ser tão bom quanto o final chocante do primeiro. Parece que os produtores do filme filmaram cinco desfechos diferentes, que devem aparecer como extras do DVD.

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