segunda-feira, outubro 24, 2005

PLANO DE VÔO (Flightplan)

 

Espécie de atualização de A DAMA OCULTA (1938), de Alfred Hitchcock, PLANO DE VÔO (2005), dirigido pelo alemão Robert Schwentke, é desses filmes que deixam a gente com o olho grudado na tela do começo ao fim. Eletrizante, e com um trabalho de câmera digno de nota, o filme conta a história de uma técnica de aviões (Jodie Foster) abalada pela morte do marido e em viagem com a filha da Alemanha para os EUA. As duas estão a bordo de um mega jumbo com capacidade para 600 passageiros, quando no meio da noite a filha desaparece. A mulher fica ainda mais perturbada ao perceber que nenhum dos passageiros ou membros da tripulação afirma ter sequer visto a menina. Embora muito da força do filme esteja em Jodie Foster, dois atores também contribuem com personagens de grande impacto: Peter Sarsgaard, como o policial pouco confiável, e Sean Bean, como o comandante da nave. Não dá pra falar muita coisa sob o risco de estragar as surpresas para quem ainda não viu o filme. 

Depois de VÔO NOTURNO, de Wes Craven, PLANO DE VÔO é o segundo título do ano que se passa quase que inteiramente no interior de um avião. O filme causou polêmica nos EUA por trazer uma visão nada confiante de uma comissária de bordo. Ainda assim, o filme fez bastante sucesso nos EUA e é bastante representativo da atual paranóia americana - há, inclusive, árabes suspeitos dentro do avião. O filme faz com que uma simples viagem aérea se transforme num pesadelo aterrador. O som do filme é outro elemento de destaque. Os ruídos que ouvimos de diversas partes do avião são perturbadores. 

Recentemente temos visto muitos diretores estrangeiros aportando na indústria americana. Robert Schwentke é mais um bom exemplo do que os olheiros de Hollywood são capazes. Alguns desses cineastas, eu já conheço de seus trabalhos em seus próprios países, como é o caso de Hideo Nakata (RINGU, DARK WATER) e de Alexandre Aja (HAUTE TENSION); outros já me deixaram bastante curioso para conhecer a sua filmografia, como foi o caso dos franceses Jean-François Richet (ASSALTO À 13ª D.P.) e Florent Emilio Siri (REFÉM) e agora deste Robert Schwentke. Quem será esse sujeito de sobrenome complicado que entrou em Hollywood pela porta da frente, abusando dos travellings num ambiente apertado e passando uma segurança que experientes diretores americanos parecem não ter? Schwentke só dirigiu dois longas-metragens na Alemanha: um filme de serial killer chamado TATOO (2002) e uma comédia de humor negro chamado EIERDIEBE (2003). Pra se prestar atenção.

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