terça-feira, maio 24, 2005

STAR WARS: EPISÓDIO III - A VINGANÇA DOS SITH (Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith)

 

E finalmente chega ao fim a saga dos Skywalkers de George Lucas. Nunca fui muito fã de STAR WARS e nem foi algo que marcou tanto assim a minha infância. Tenho vaga lembrança das primeiras vezes que vi os filmes na televisão - eu gostava mesmo era de BUCK ROGERS. Tenho mais lembrança, claro, da oportunidade que tive de ver os três episódios originais na telona, em meados dos anos 90, com aquelas polêmicas inclusões digitais. Por outro lado, tenho idade suficiente pra ter lido as histórias em quadrinhos que saíam nas revistinhas mix da Marvel. Lembro que as histórias se passavam cronologicamnte entre os filmes O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (1980) e O RETORNO DE JEDI (1983). Quer dizer, nada de Hans Solo. O personagem estava congelado e ainda não havia sido resgatado pelos heróis. 

Pois é. Antes mesmo de haver um desenho animado com a ação se passando entre dois episódios - refiro-me a STAR WARS: GUERRAS CLÔNICAS -, George Lucas já explorava outras mídias para ampliar a sua franquia. E parece que o universo criado por Lucas vai continuar em expansão. O diretor tem planos de fazer agora uma série para a tv com os seus jedis. Vai ser o caminho oposto de STAR TREK, que começou na tv e terminou no cinema. 

Quanto a STAR WARS: EPISÓDIO III - A VINGANÇA DOS SITH (2005), é sem dúvida o melhor episódio da nova encarnação da série e é quase tão bom quanto O IMPÉRIO CONTRA-ATACA. Mas por que então que eu não saí do cinema tão maravilhado quanto a maioria dos entusiastas da série? Claro que enquanto o filme estava rolando, frases como "George Lucas é gênio" pipocavam em minha cabeça. Principalmente por causa da criatividade que o homem tem em criar novas e estranhas criaturas. 

Dessa vez, quem mais me chamou a atenção foi o General Grivous. O design do personagem, os vários braços mecânicos, aquela voz, aquela tosse, aquele andar, tudo muito sinistro. Imaginar que existe uma criatura orgânica presa naquela armadura é angustiante. E isso é só um preparativo para o nascimento de Darth Vader, um personagem com quem até podemos ter alguma identificação, afinal, ele, como quase todos nós, é uma pessoa sujeita a cair diantes das paixões. Por falar nisso, não sei de onde George Lucas tira essas filosofias zen-budistas, se ele é simpatizante das religiões orientais ou apenas colocou no filme pra ficar legal. Afinal, será que um homem que acumula milhões e milhões de dólares acredita mesmo no desapego como um dos meios para se chegar ao amadurecimento e à iluminação espiritual? 

No mais, é aquilo que todo mundo está falando: que o filme junta muito bem todos os pontos que faltavam para ligar o episódio 3 com o 4; que é o filme mais sombrio e violento de toda a série; que George Lucas continua péssimo diretor de atores e criador de linhas de diálogo, mas quando o negócio é efeitos especiais, o homem se garante; que é sempre bom ouvir o tema de STAR WARS com o velho logotipo aparecendo no começo do filme; que Lucas nesse filme deu um tempo nos bichinhos fofinhos e engraçados; que a luta final de Anakin com Obi-Wan Kenobi no planeta cheio de lava ficou realmente muito boa; e que a cena da primeira respiração de Darth Vader já está entre as cenas mais importantes e memoráveis da década. 

Esse é também o filme mais político de George Lucas. Já não bastando o filme ser sobre uma república que se torna um império (do mal), a alfinetada no atual governo americano é clara e explícita quando Padmé Amidala (Natalie Portman, a melhor aquisição de todo o elenco) diz: "Você já se perguntou se estamos do lado errado? Se a democracia pela qual lutamos já não existe mais?". Bem legal. 

Agora fico aqui imaginando qual será a próxima empreitada de George Lucas, agora com o fim da série. Será que ele vai deixar de dirigir pra sempre e ficar apenas como produtor de novo? Ou ele tomou gosto pela coisa e um dia vai dirigir um filme "normal"? Coisas que só o futuro vai responder... ou alguém já está sabendo de alguma coisa?

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