segunda-feira, janeiro 17, 2005

QUEPE DO COMODORO: A VIAGEM



Uma das coisas mais fascinantes da vida é a imprevisibilidade. Há duas semanas eu não tinha a menor idéia de que existia um lugar chamado São Miguel do Gostoso. E cá estou eu voltando desse pequeno paraíso. Tudo começou com a premiação do Quepe do Comodoro, organizada pelo nosso querido Carlos Reichenbach.

Como não pude ir a São Paulo receber o prêmio, o Carlão me mandou um e-mail me perguntando se era possível eu ir buscar o troféu em São Miguel do Gostoso. "São Miguel do quê?" Imediatamente fui procurar na Internet onde era esse lugar. Fiquei aliviado em saber que era no litoral do Rio Grande do Norte, perto aqui de Fortaleza. Imediatamente, dei resposta positiva.

O troféu tinha ido parar lá porque Eugênio Puppo, documentarista e organizador de mostras antológicas como a Mostra de Cinema Marginal, a de Nelson Rodrigues e a Mostra Galante, tinha escolhido o lugar para passar suas férias pela segunda vez. Depois de muitos contatos com o Marcos, que me conseguiu os horários dos ônibus de Natal para SMG (a sigla já estava parecendo um código secreto nos sistemas de comentários de alguns blogues), saímos daqui - eu e minha irmã Adaila - às 9 horas da noite de sexta-feira e chegamos em Natal perto de 5 da manhã.

Quase 8 horas de estrada e mais duas horas pra chegar em SMG. Pena que a pousada que a gente tinha feito reserva era a um quilômetro de distância da pousada onde Eugênio estava. Liguei para ele assim que chegamos. Ele falou que estaria recebendo uma massagem às 9h30 e que iria durar cerca de uma hora. Demos um tempo lá na Pousada do Gostoso e depois caminhamos pela praia com os pés na água, na direção da Pousada dos Ponteiros, que era onde o Puppo estava. No caminho, paramos pra almoçar, comer aquele peixinho frito obrigatório quando se vai pra um passeio na praia.

Costumo dizer que sempre que se vai passar pelo menos um fim de semana numa praia, deve-se tomar cerveja, comer peixe frito e tomar sorvete e água de coco. Não faltou nada disso. Chegando lá, foi fácil encontrar o Eugênio. Na verdade, foi ele que me encontrou. Depois das apresentações, fomos até o lugar onde ia acontecer o ritual de entrega do prêmio, que ficou muito bem registrado nessas excelentes fotos que o Rodrigo fotografou. Rodrigo era o amigo do Puppo que estava lá com sua esposa Ângela.

Foi emocionante receber esse troféu, que já passou pelas mãos de Elaine Morrone (a artista plástica que o criou), de Carlão e de Eduardo Aguilar. Depois da entrega do prêmio e dos abraços, a gente foi dar um mergulho no mar e depois eu experimentei um tipo de caipirinha feita com manga. Bebida gostosa. Eugênio é um sujeito muito sociável, fala com todo mundo, todo mundo o conhece, muito atencioso. Falou que Carlão estava apreensivo e torcendo pra que essa minha ida a São Miguel do Gostoso desse mesmo certo. E deu. Depois de nos despedirmos de Puppo, de Ângela e de Rodrigo, eu e a Adaila fomos dar uma volta pela praia para depois voltar para a pousada.

Na volta, eu estava tão cansado que não fiz mais nada a não ser ficar deitado, lendo um texto sobre a história do cinema, escrito pelo Rubens Ewald Filho, que o Renato tinha enviado pra lista. A sorte foi que o Marcos ligou pra gente à noite avisando que ia nos pegar de manhã cedo para irmos dar uma volta por Natal, até a hora de pegar o ônibus de volta pra casa. Maravilha. Marcos é um cara muito gente fina. Fácil ficar à vontade com ele. Graças a ele, tive o prazer de conhecer o lado bonito de Natal. Da vez que tinha ido lá, só deu pra conhecer a Praia dos Artistas e o Natal Shopping.

Dessa vez, vi o enorme rio que dá nome ao estado, além da bela praia de Ponta Negra. A visão da praia e do Morro do Careca fez lembrar a Baía de Guanabara, no Rio. O delicioso almoço, num restaurante de comidas regionais, serviu pra fechar com chave de ouro essa excelente viagem. Algumas das fotos que tiramos em Natal, uma vez reveladas, serão postadas aqui. Mais fotos no Reduto do Comodoro.

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