sábado, novembro 27, 2004

PROCURANDO NEMO, OS CURTAS DA PIXAR E ANIMAÇÃO BRASILEIRA



Estou batendo o meu recorde de atraso em comentar um filme aqui no blog. Acho que já faz uns quatro meses que vi PROCURANDO NEMO (2003) em VHS e apesar de ter gostado bastante do filme, não tenho muito do que falar a respeito. Então, agora que vi uns curtas da Pixar em divx (enviados pelo Renato também há um tempão), mato dois coelhos com uma só cajadada. Aliás, três, já que comentarei também sobre quatro trabalhos em animação feitos no Brasil, vistos recentemente no projeto Curta Petrobrás às 6. Aproveitando a deixa, recomendo a quem mora numa das 14 cidades onde o projeto da Petrobrás funciona pra ficar de olho, já que é uma das poucas chances de se ver alguns trabalhos excepcionais que provavelmente nunca serão exibidos ou vendidos comercialmente.

PROCURANDO NEMO (Finding Nemo)

Esse desenho supersimpático da Disney/Pixar foi uma surpresa pra mim. Não imaginei que fosse tão bom. Tinha me decepcionado um pouco com TOY STORY 2 (1999), que praticamente repetiu as mesmas idéias do primeiro filme, e principalmente com o chatinho MONSTROS S.A. (2001) que imaginei ser adequado apenas para crianças. Já PROCURANDO NEMO é diversão pra toda a família. O filme é engraçado e triste nos momentos certos (a cena da morte da mãe de Nemo chega a ser assustadora) e traz personagens fáceis de agradar, como a peixinha que tem memória curta. Difícil não gostar.

OS CURTAS DA PIXAR

ADVENTURES OF ANDRE AND WALLY B. (1984) é bem simples. Não tem muita graça. Mas serve como exemplo do início do processo de animação por computador.

LUXO JR. (1986) já é bem conhecido e ainda hoje parece sofisticado. As lampadinhas refletoras viraram o símbolo da Pixar. É o filme que introduz uma das marcas da produtora: a humanização de objetos inanimados.

RED'S DREAM (1987) evolui nessa humanização de objetos inanimados, que iria atingir o ápice com TOY STORY (1995). Aqui, temos um monociclo que sonha em receber aplausos num circo. È um curta de final triste que tem como trilha sonora um sax acentuando o clima de desolação.

TIN TOY (1988) é engraçadíssimo. É praticamente um embrião de TOY STORY. Mostra um brinquedo que fica apavorado com os maus tratos que os seus "colegas" recebem de um bebê. A cena dos brinquedos escondidos embaixo do sofá é o ponto alto.

KNICK KNAC (1989) não é tão bom quanto os dois anteriores. Pode ser visto também nos extras do DVD de MONSTROS S.A. Mostra um bonequinho de neve preso numa redoma de vidro e doido pra sair por causa de uma bonequinha peituda que está do lado de fora. O filminho lembra alguns desenhos da Warner, estilo Pernalonga, por causa das várias tentativas do bonequinho de realizar o seu intento.

Em GERI'S GAME (1997), a técnica desenvolvida dá um grande salto. Tanto que ganhou o Oscar de melhor curta em animação. É a história de um velhinho que joga xadrez consigo mesmo. A aposta é uma surpresa. A qualidade da imagem desse curta se destaca da dos demais.

FOR THE BIRDS (2000) é bem conhecido. Passou nos cinemas antes da sessão de MONSTROS S.A. e é engraçadinho, apenas.

MIKE'S NEW CAR (2002) é um curta feito com os dois personagens principais de MONSTROS S.A.. Não gostei muito não. Talvez por cisma, já que não simpatizei com os personagens do longa.

CURTAS NACIONAIS

Ainda em cartaz no Espaço Unibanco Dragão do Mar, aqui de Fortaleza, até 8 de dezembro os curtas abaixo.

A LASANHA ASSASSINA (2002), de Ale Machado, é uma sátira dos filmes de terror. José Mojica Marins faz a voz do Zé do Caixão versão desenho animado, contando a engraçada história da tal lasanha com espírito vingativo.

O POETA (2001), de Paulo Munhoz, é bem interessante. Principalmente por trabalhar com a animação em rotoscopia, mesma técnica utilizada em WAKING LIFE, de Richard Linklater. O filme mistura animações em 2D, 3D e nesse sistema. Pena que a história não é tão boa.

RETRATOS E BORBOLETAS (1998), de Yanko Del Pino, é o mais chatinho do "pacote". Não é bem uma animação no sentido que a gente está acostumado a ver. É um filme que trabalha com fotografias antigas.

TERMINAL (2002), de Leo Cadaval, eu já tinha visto numa edição do Cine Ceará. A primeira coisa que me vem à cabeça quando vejo esse curta é SIN CITY, história em quadrinhos de Frank Miller, toda desenhada em grandes blocos de preto e branco (nada de tons de cinza). Assim é TERMINAL. Impressiona o trabalho de Leo Cadaval e bem que ele poderia ser chamado pelo Robert Rodriguez para fazer os créditos de abertura da adaptação de SIN CITY para as telas.

Ah, e por falar em animação, vem aí OS INCRÍVEIS! Esse não dá pra perder.

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