sexta-feira, outubro 22, 2004

HORROR ORIENTAL EM DOIS FILMES


dois momentos aterrorizantes de RINGU 2


antes de tirar as bandagens e o terror dentro elevador em THE EYE

Vi nos últimos dias dois filmes de horror vindos do Japão e de Hong Kong. O horror oriental tem renovado o gênero, que no ocidente, com raras excessões, estava usando sempre os mesmos temas batidos. A criatividade vinda dos japoneses, por exemplo, já chamou a atenção da indústria cinematográfica americana, que lucrou milhões de dólares com a refilmagem de RINGU, de Hideo Nakata, dirigida por Gore Verbinski. A continuação está a caminho, dessa vez dirigida pelo próprio Nakata. O que me deixa com o pé atrás é que da última vez que um mesmo diretor aceitou fazer remake de seu próprio filme em Hollywood, o resultado foi desastroso. Basta lembrar da obra-prima holandesa O SILÊNCIO DO LAGO (1988), de George Sluizer. Hollywood chamou o sujeito e fez uma refilmagem asquerosa e com um final feliz. Acabaram com todo o horror e a poesia da obra original. Espero que Hollywood não acabe com a carreira de Nakata também. Aliás, Nakata talvez seja recordista de remakes americanos, já que Walter Salles está dirigindo a refilmagem de DARK WATER (2002).

RING 2 - O CHAMADO (Ringu 2)

Foi um grande erro meu ter visto a trilogia RINGU separadamente em intervalos de tempo muito longos. Era pra eu ter visto os três em seqüência. Por isso, acabei não entendendo direito a história dessa continuação. Os momentos apavorantes desse filme ainda são de arrepiar os cabelos, mas deu a impressão de terem esticado demais a história. Aqui, já sabemos que quem assiste a fita amaldiçoada pode ter a chance de não morrer em 7 dias caso mostre a fita para outra pessoa. RINGU 2 (1999) acompanha a jornada da garota Mai, que quer descobrir mais sobre o mistério da morte de seu namorado, vítima da fita de Sadako. Ao mesmo tempo, o filho do namorado morto está adquirindo poderes psíquicos semelhantes aos da garotinha de cabelos longos. Lá pelo meio da história eu me perdi e nem sabia mais o que estava acontecendo. Mas as imagens de Mai caindo dentro do poço de Sadako no final do filme impressionam. Fico imaginando como pode ter ficado na versão americana, com mais dinheiro envolvido. Visto em VHS.

THE EYE (Jian gui)

Fez muito sucesso esse filme made in Hong Kong. Tanto que o remake americano (agora virou moda, né?) está a caminho para 2005, ainda sem diretor definido. THE EYE (2002) lembra muito O SEXTO SENTIDO, de Shyamalan. E isso é um dos pontos fracos do filme, que perde em originalidade. Na história, uma jovem cega desde criança se submete a uma cirurgia de transplante de córnea. A cirurgia é bem sucedida, exceto pelo fato de que a jovem passa a ter a capacidade de ver "dead people". Confesso que a primeira vez que um espírito apareceu pra ela no hospital, eu quase me borrei nas calças, mas depois os sustos não são tão fortes. Uma qualidade do filme está em sua belíssima fotografia. Uma cena de acidente na estrada lembra a cena de PREMONIÇÃO 2, ainda que seja bem menos virtuosa. Gostei da parte dramática do início do filme, mostrando a dificuldade que o cego tem de se adaptar à vida com luz, algo que já tinha sido feito com mais profundidade no melodrama americano À PRIMEIRA VISTA, com Val Kilmer. O clímax do filme é interessante, mas segue a fórmula clássica tradicional. Visto em DIVX, fornecido pelo Davi. O filme está inédito em cinema e vídeo no Brasil.

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