domingo, agosto 08, 2004

EU, ROBÔ (I, Robot)



"Talvez os robôs sejam um pouco mais indivíduos do que os assim chamados indivíduos na multidão...porque justamente agora, no Japão, existem cem mil robôs - homens mecânicos - trabalhando nas fábricas. De repente, nos últimos dois meses, um estranho fenômeno está acontecendo. O governo está preocupado, os cientistas estão preocupados, e eles não foram capazes de encontrar qualquer explicação. Até agora os robôs tinham trabalhado silenciosamente; ninguém jamais pensou que eles iriam, de repente, começar uma rebelião. Mas dez pessoas foram mortas nos últimos dois meses."

(Osho, do livro "O Rebelde - O Verdadeiro Sal da Terra")

O sábado ontem foi bem legal. Festinha supresa para o Igor numa casa de praia no Pacheco organizada pela Valéria, reunião de maior parte da turma que estava no Reveillon de Jeri, festinha com músicas legais, um clima de confraternização e amizade no ar. E era impressão minha ou todo mundo estava mais bonito, principalmente as meninas? Como retornamos logo no domingo pela manhã, tive tempo de ver dois filmes no cinema em sessão dupla: EU, ROBÔ, de Alex Proyas; e FAHRENHEIT - 11 DE SETEMBRO, de Michael Moore. Vou deixar pra falar do filme do Moore depois, quando eu organizar melhor as idéias na cabeça.

EU, ROBÔ é melhor do que eu esperava. A fotografia meio azulada lembra dois outros filmes de Proyas, o interessante CIDADE DAS SOMBRAS (1998) e o estiloso O CORVO (1994). Pela primeira vez me identifiquei com um personagem de Will Smith. Primeiro porque quando ele acorda, ele sempre sente uma dor no braço e no ombro, como se estivesse com bursite. Logo, a sua vida, como a minha tem sido nos últimos tempos, é meio dolorosa de se viver, com o corpo nem sempre em harmonia. Outra coisa: o personagem de Will Smith, que é um detetive de polícia do futuro, odeia os robôs, como eu que ultimamente ando odiando o meu computador, cheio de spies e vírus e problemas. Ando desconfiado da tecnologia. A mim não custou antipatizar também os robôs do filme.

Na história, Smith é o tira chamado pra investigar a morte do cientista responsável pela construção e popularização dos robôs no país. Ele suspeita que o velho foi assassinado por um dos robôs, algo que nunca tinha acontecido antes - robôs nunca cometeram um crime.

O filme só não é melhor porque as cenas de ação às vezes ficam a cara de várias outras produções de Hollywood. Mesmo assim, algumas das cenas realmente ficaram muito boas, como a luta entre as duas gerações de robôs, por exemplo, ou a de Will Smith procurando o robô rebelde no meio de centenas de outros iguais. No geral, eu diria que o filme é muito bom. Pelo tom emocional de EU, ROBÔ e de O HOMEM BICENTENÁRIO, tenho a impressão que a obra de Isaac Asimov não chega a ser uma literatura fria e ligada essencialmente à ficção científica, mas obras que levam a reflexão do que é, em essência, o ser humano. Um dia eu pego um livro dele pra ler.

(Coincidência ou não estou ouvindo agora a trilha sonora de ANIMATRIX.)

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