domingo, junho 13, 2004

CAZUZA - O TEMPO NÃO PÁRA



Ontem até que foi um Dia dos Namorados atípico. Não é todo ano que se arranja companhia para a tal noite, ainda que seja apenas um encontro passageiro. Mas vale pela lembrança boa que vai ficar.

Fomos ver CAZUZA - O TEMPO NÃO PÁRA, de Sandra Werneck e Walter Carvalho. Por falar em Walter Carvalho, o homem tá em todas, né? Agora, além de diretor de fotografia, ele está também assinando a direção com outras pessoas. Ele tinha feito isso antes com JANELA DA ALMA(2001). Quanto à Sandra, o melhor filme dela ainda é AMORES POSSÍVEIS(2001).

Sobre o filme do Cazuza, é bom em alguns aspectos. Se filme bom for aquele que prende a atenção até o final, então o filme da Sandra Werneck passou no teste. Mas CAZUZA é cheio de problemas. Tudo acontece muito rápido, os personagens passam como nuvens, não dando tempo para aprofundar. Acabam ficando os estereótipos: Cazuza é o filho mimado, Frejat é o amigo careta, Lucinha Araújo é a mãe pentelha e o Ezequiel Neves é uma bichona que adora se drogar. E a desculpa nem é porque não dá pra resumir metade da vida de um rockstar num filme de uma hora e meia, já que THE DOORS, do Oliver Stone é espetacular. Mas tudo bem. Não vamos comparar uma superprodução de Hollywood com um filme de orçamento bem inferior. É realmente uma tarefa difícil fazer cinebiografias.

Mesmo assim, a interpretação de Daniel Oliveira é digna de nota. O rapaz, além de muito bom ator, fica parecidíssimo com o Cazuza. Especialmente quando ele aparece magro e definhando. Talvez essas cenas sejam as melhores do filme. A melhor cena, a que mais emociona (ainda que não tenha causado lágrimas em mim) é aquela do Cazuza cantando "O Tempo Não Para". Essa canção tinha tudo a ver com o momento doloroso que o cantor estava vivendo, e ele depositava todas as suas poucas energias para os shows, já que cantava perto de um tubo de oxigênio. E eu me lembro do show da turnê desse disco. Eu vi quando passou na Rede Globo. Naquela época eu gostava pra caramba dele. E ele morreu no dia do meu aniversário: 07 de julho de 1990.

A escolha por um final bem pouco melodramático talvez até tenha sido acertada, mas, por outro lado, deixou o filme um pouco frio e distante. Por isso que eu prefiro que nunca façam um filme sobre a vida do Renato Russo.

E para o pessoal do Espaço Unibanco Dragão do Mar: vamo consertar o ar condicionado da Sala 2, meu povo!

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