sábado, fevereiro 07, 2004

A INGLESA E O DUQUE (L´Anglaise et le Duc)



Eu já estava ficando puto com essa história de só São Paulo exibir um monte de filmes de Eric Rohmer e aqui em Fortaleza ficarmos privados de ver suas tão elogiadas obras. Pois eis que, finalmente, graças ao esforço de Pedro Martins Freire em trazer de volta as sessões de arte, não apenas A INGLESA E O DUQUE (2001), como também todos os "Filmes das Estações" vão ser exibidos aqui na cidade. Se fizerem sucesso, pode ser que outros filmes do diretor cheguem aqui também.

Isso é motivo de comemoração, pois o que eu pude ver hoje de manhã foi um espetáculo diferente de tudo que eu já vi no cinema. A INGLESA E O DUQUE é um filme sobre os violentos primeiros anos da Revolução Francesa, mas feito de uma maneira bem diferente. Pra começar, o cenário é todo feito a partir de pinturas, que foram inseridas digitalmente. Os atores, dessa forma, interagem com esse cenário artificial. O resultado é de encher os olhos, pois a primeira sensação que temos é que estamos vendo um quadro se mexendo, uma pintura virando cinema.

Mas fora esse aspecto técnico, o tema do filme é interessantíssimo. Vemos os primeiros anos da Revolução pela ótica de uma inglesa que vive na França desde os tempos da Monarquia, bem antes da Queda da Bastilha. Ela é uma “herdeira” da velha França, amiga do rei e da rainha, e fica chocada quando os aristocratas começam a ser guilhotinados pelos revolucionários. Ela tem uma estranha relação afetiva com o Duque de Orleans, figura importante dentro da história francesa. A partir dessa relação e dos eventos que acontecerão, é que a história toma rumos trágicos.

Em certo momento senti falta de não ter estudado mais História Geral, mas nunca é tarde para pesquisar sobre essa fase tão importante da história da humanidade.

Entre as críticas que eu li sobre o filme, a que mais me chamou a atenção foi a de Ruy Gardnier, publicada na Contracampo. De uma lucidez impressionante. Vale a pena dar uma lida. Melhor do que ler esse meu texto. Hehehe.

Quem sabe, com o tempo, eu adquiro mais intimidade com o cinema de Rohmer para poder falar com um pouco mais de segurança sobre os seus filmes. Por enquanto esse é só o primeiro filme que vejo dele. E olha que estamos falando de um dos pais da Nouvelle Vague, que faz filmes desde o final da década de 50.

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