terça-feira, fevereiro 17, 2004

HORROR



Esse é um filme que é difícil até fazer sinopse. Primeiro porque não tem bem uma história. Não é um filme "de história" por assim dizer. É mais uma sucessão de imagens de horror dentro de uma trama incompreensível. Se é que existe mesmo uma trama. Nesse sentido, lembra A CASA DO ALÉM (1981), de Lucio Fulci, que também é um filme que despreza um plot, em detrimento de suas imagens e atmosfera.

Mas diferente dos filmes de Fulci, esse HORROR (2002), de Dante Tomaselli, não tem preferência por seqüências gore. Os efeitos utilizados são simples e se você não entrar no clima do filme, pode ficar até indiferente às cenas de horror. Pelo menos, foi o que aconteceu comigo. Apesar de o filme só ter uma hora e quinze minutos de duração, pra mim parecia durar mais que isso. O que me incomodou foi justamente essa tentativa de pegar o espectador apenas pela atmosfera e acabar não levando a lugar nenhum.

No filme acontece a repetição de certas coisas, como a porta que se fecha sozinha, a aparição do bode misterioso e as três vezes em que a protagonista põe a mão debaixo da cama para pegar uma chave. Aliás, essa cena da cama foi a única que me assustou de fato. Ela lembra a inesquecível cena da garota mergulhando num poço para pegar uma chave em A MANSÃO DO INFERNO (1980), do Argento. Mas só lembra – passa longe da genialidade do filme do maestro.

Esse é o segundo longa de Tomaselli, jovem diretor americano, que começou com DESECRATION e cujo próximo projeto é SATAN’S PLAYGROUND. Esse diretor já tem muitos fãs dentro do cenário underground de filmes de terror. Numa entrevista que li dele, o entrevistador (da einsiders.com) o elogiava tanto que chegou a dizer que o filme é a mais visionária obra do gênero desde SUSPIRIA (1977), do Argento. Puro exagero. Ou então eu deixei passar muita coisa.

Filme visto em divx.

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