sexta-feira, junho 20, 2003

MEUS FILMES FAVORITOS DE TODOS OS TEMPOS



Recentemente Chico Fireman, do blog FILMES DO CHICO, me pediu pra eu fazer uma relação dos meus dez filmes preferidos a ser publicada em sua seção "O Gosto dos Outros". Listar os cinco primeiros até que eu achava fácil, já que tem filmes que você considera realmente especiais, mas pensar sobre os outros foi bom pra eu repensar o que o cinema significa pra mim. Estou colocando aqui a relação previamente publicada no blog do Chico dos meus filmes mais estimados.



Top 10

1. 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), de Stanley Kubrick
2. SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (1989), de Peter Weir
3. CIDADE DOS SONHOS (2001), de David Lynch
4. HARRY E SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO (1988), de Rob Reiner
5. DOMICÍLIO CONJUGAL (1970), de François Truffaut
6. FALE COM ELA (2002), de Pedro Almodóvar
7. NOITE VAZIA (1964), de Walter Hugo Khouri
8. MANHATTAN (1979), de Woody Allen
9. UM CORPO QUE CAI (1958), de Alfred Hitchcock
10. LUZES DA RIBALTA (1952), de Charles Chaplin

Essa lista acima pode não ser definitiva. Nem quero que seja. A minha esperança é que na minha vida eu ainda encontre filmes mais marcantes do que estes. Alguns deles, eu assisti no alvorecer de minha cinefilia (fim dos anos 80), como SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS e HARRY E SALLY. O primeiro mudou minha vida. Foi o filme que me orientou a fazer uma faculdade de letras, que me fez dar mais atenção para a poesia e a arte em geral, que abriu as portas para a literatura em língua inglesa. O segundo me encontrou num momento especial da minha vida sentimental.

Há os filmes que fazem chorar, não apenas durante a sessão, mas mesmo depois, quando lembramos de algumas cenas, é que vemos o quanto o filme é poderoso e nos deixa mais expostos, mais frágeis. Os exemplos aí de cima que ilustram essa emoção avassaladora são FALE COM ELA, LUZES DA RIBALTA e DOMICÍLIO CONJUGAL.

Há aqueles que conseguem captar a sensação de vazio, a angústia que perturba o espírito. Que expoem aquilo que nós nem mesmo conseguimos compreender. O exemplo aí de cima é NOITE VAZIA. Mas se Khouri soube mostrar esse vazio, Woody Allen, um de meus diretores mais queridos, sabe rir da própria desgraça, sabe mostrar pra gente que sofrer é universal e que rir é o melhor remédio. E remédio de pessoas inteligentes e espirituosas.

Há aqueles filmes que nos transportam para um universo de sonhos e pesadelos de uma maneira tão forte, que a gente esquece do nosso mundo. E entra de cabeça nesse mundo estranho e povoado de criaturas assustadoras e mulheres fatais. O exemplo claro lá de cima é CIDADE DOS SONHOS, o melhor filme de David Lynch.

E finalmente há aqueles filmes que são cinema em estado de perfeição. Cinema feito por mestres iluminados como Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick. O filme de Hitchcock é mais um exemplo da nata de seu cinema do que realmente o meu preferido dele, que acho difícil de escolher. Já o filme de Stanley Kubrick é hipnotizador, arrepiante, assustador e instigante. 2001: o melhor filme do mundo.

Ailton Monteiro, 30 anos, é graduado em Letras, professor de inglês, mas é principalmente cinéfilo de coração.